Sistematização de Experiências: o Almoço Agroecológico à ótica do Centro Tiê de Agroecologia

Resumo

Sendo um agente catalisador e propulsor de novas tecnologias e saberes, a Agroecologia sustenta papéis de relevante importância, agindo em prol da conservação ambiental, segurança alimentar e melhoria na qualidade dos alimentos. Neste cenário, o Centro de Cidadania, Educação e Tecnologias Inovadoras e Ecológicas na Agricultura Familiar (Centro Tiê de Agroecologia), em conjunto à Articulação de Agroecologia Serra Mar (AASM),demais parcerias e agricultores, promovem o Almoço Agroecológico, caracterizado como um dos marcos de encerramento da Caravana Agroecológica do Sudeste de 2015, realizado no Município de Casimiro de Abreu - RJ, e configura a abertura de um novo mercado para a agricultura familiar da região. Para a coleta das informações de caráter qualitativo, fez-se uso de um roteiro a fim de orientar a entrevista realizada com duas lideranças do Centro Tiê (membros do  Centro Tiê de Agroecologia) de tal modo que abarcasse pontos a serem compreendidos, como por exemplo no que diz respeito a importância do almoço para movimentação econômica e segurança alimentar dos agricultores da região, além da aproximação que esse encontro proporciona entre diferentes nichos, contribuindo para troca de saberes. Este trabalho teve por objetivo ilustrar os primeiros passos da sistematização de experiências que envolve toda a conjuntura no qual o Almoço Agroecológico se desenrola, captando  as diferentes visões dos atores que influenciaram em uma ou mais etapas do processo. Evidenciou-se a relevância do almoço para o fortalecimento e expressão da agricultura familiar, ampliando o reconhecimento da população a esses líderes agricultores, além do aumento da sociabilidade, possibilitando novas aberturas para participação de feiras e eventos onde esses agricultores possam expor seus produtos e realizarem trocas de conhecimentos e práticas de caráter agroecológico que garantam sua soberania alimentar e econômica. Para tais lideranças, os maiores gargalos à continuidade do almoço envolvem fatores como logística e transporte, administração e aporte de recursos financeiros pelos próprios agricultores em busca de autonomia, além da carência de uma participação mais intrínseca de instituições de pesquisa, sobretudo fomentando novas capacitações para os agricultores familiares em transição agroecológica no território.