Uso do papelão como técnica facilitadora da semeadura direta na restauração florestal

Alexander Silva de Resende

Resumo


Historicamente, a restauração florestal no Brasil é feita a partir da produção de mudas em viveiros para posterior plantio das espécies florestais nativas em condições de campo. Os custos de aquisição e transporte de mudas são responsáveis por cerca de 20% dos custos da implantação que, somados aos custos do controle de plantas indesejadas, representam até 80% do valor investido para restauração florestal da área. Desde 2015 a Embrapa Agrobiologia vem trabalhando com o uso do papelão para controle mecânico da matocompetição, sempre com sucesso em diferentes pontos do país. A partir de 2019, buscou-se utilizar o papelão não somente na proteção das mudas, mas também como facilitador para o plantio direto por sementes na restauração florestal. O papelão, além de proteger as sementes da matocompetição, favorece a temperatura e a umidade do solo, e assim, tende a favorecer a germinação das sementes e o crescimento das plantas, reduzindo os custos do reflorestamento em suas duas principais frentes: o processo de aquisição e transporte de mudas e o controle da matocompetição. Na primeira fase desse estudo, identificou-se que a quebra de dormência, a adição de composto e o papelão favoreceram o desenvolvimento das 3 espécies avaliadas. Nessa segunda fase objetiva-se ampliar o número de espécies testadas e proceder a ajustes operacionais na técnica, visando avaliar a eficácia do papelão como facilitador da semeadura direta em projetos de restauração florestal. Além do aumento do número de espécies, serão procedidos ajustes no tamanho da cova e na adubação, visando otimizar o crescimento das plantas. Além disso, ao contrário do primeiro estudo em que se gradeou a área que seria plantada, nessa o controle inicial será feito a partir do uso do herbicida glifosate, antes da aplicação dos tratamentos. O experimento será montado em blocos ao acaso em parcela subdividida. O papelão será colocado na parcela e dez espécies nas subparcelas, com 6 repetições. Serão avaliados: a germinação, semanalmente nos primeiros 30 dias; e a altura e o diâmetro a altura do solo e o diâmetro da copa em todos os indivíduos germinados, bimensalmente. Todos os custos serão anotados e os resultados confrontados com os valores de reflorestamento por plantios de mudas comumente realizados no estado do Rio de Janeiro.

Palavras-chave


Reflorestamento, Controle de plantas daninhas, Papelão

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