Manejo de espontâneas como estratégia de transição agroecológica

Resumo

A agricultura convencional é muito dependente do uso de insumos químicos. Como agravante, à escassez de mão de obra voltada a agricultura amplia a demanda pelo uso de herbicidas, acarretando a perda da biodiversidade local, a fragilização dos sistemas produtivos e das paisagens por eles compostas. Uma estratégia adequada para o manejo de plantas espontâneas pode representar uma oportunidade de atender o processo de recuperação da biodiversidade. O projeto tem como objetivo identificar possibilidades de mudanças no atual processo de manejo de plantas espontâneas no assentamento São José da Boa Morte (Cachoeiras do Macacu/ RJ), através dos padrões de manejo ao longo de um ano agrícola. Os padrões existentes serão identificados através de índices que levarão em consideração os ciclos das culturas nas unidades produtivas, intensidade do impacto dos agrotóxicos, herbicidas utilizados e periodicidade de uso nas diferentes culturas. As informações foram adquiridas através de entrevistas com os agricultores. Os herbicidas mais comumente utilizados serão identificados e testados quanto ao seu impacto sobre o banco de sementes da comunidade de espontâneas em comparação com outro herbicida que seja menos impactante tendo especificidade na sua ação. Para avaliação, monolitos de solo serão coletados nas áreas estudadas e serão avaliados em casa de vegetação quanto as espontâneas emergentes do banco de sementes frente à aplicação dos diferentes herbicidas. De posse do resultado da avaliação será identificada uma fase de menor vulnerabilidade da unidade produtiva para a proposição de alterações no manejo de espontâneas. Espera-se identificar um produto auxiliar no controle de espontâneas, que reduza o impacto sobre o banco de sementes da comunidade de espontâneas, contribuindo para o aumento da biodiversidade, recuperação gradativa da resiliência dos agroecossistemas amparando o processo de transição agroecologica, compatível com a realidade rural.