Biogeografia e genética populacional de rizóbios isolados de sombreiro (Clitoria fairchildiana) e Sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia)

Resumo

O sombreiro (Clitoria fairchildiana) e o sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia) são leguminosas nativas, respectivamente, da Amazônia e da Caatinga, porém comuns em outros estados. O fato de essas espécies serem exóticas, e terem se adaptado bem ao ambiente do Rio de Janeiro, pode ter relação direta com a simbiose que realizam com rizóbios, tendo, portanto, as bactérias desempenhado papel crítico na bem-sucedida introdução em outros estados, o que torna o sombreiro e o sabiá modelos em potencial para se compreender como a interação com microrganismos simbiontes afeta a adaptação de espécies vegetais a novos habitats. Destaca-se a possibilidade de que o simbionte fixador de N₂ tenha sido introduzido e/ou que tanto o sombreiro como o sabiá estejam nodulando com rizóbios nativos da mata atlântica. O objetivo deste trabalho é comparar rizóbios de sombreiro e sabiá de diferentes regiões do Brasil de modo a estudar sua biogeografia e sua relação com as plantas hospedeiras. Os nódulos serão coletados e desinfestados superficialmente com H₂O₂ e utilizados para o isolamento de rizóbios em meio de cultivo YMA (79), com azul de bromotimol e pH 6,8 – 7,0, a 28ºC. Após a purificação dos isolados, estes serão caracterizados morfologicamente e autenticados em casa de vegetação estéril. Após a autenticação será feita a caracterização das estirpes por BOX-PCR, e posterior sequenciamento do gene 16S. Resultados obtidos para sabiá ainda são insuficientes para serem discutidos, entretanto, os obtidos até o momento de sobreiro indicam que há variação quanto às espécies de rizóbios isolados, o que o caracterizaria como uma leguminosa promíscua, que tem capacidade de nodular com estirpes presentes na área onde foram introduzidas.