Emissão de N2O do solo em área em recuperação com leguminosas arbóreas

Ana Paula Guimarães

Resumo


A recuperação de áreas degradadas com utilização de leguminosas arbóreas, além de conter a erosão proporciona acúmulo de biomassa no solo, que é rica em N e pode favorecer as emissões de N2O, um potente gás de efeito estufa. Assim, o objetivo desse trabalho foi quantificar as emissões de N2O do solo em áreas recuperadas com espécies nativas da Mata Atlântica e leguminosas arbóreas. O experimento foi conduzido em Valença-RJ em uma área com 12 anos em recuperação com densidades de 0, 25, 50 e 75 % de leguminosas arbóreas entre março 2011 e 2012. Nos eventos de amostragens dos gases foi coletado solo para análise de nitrato (NO3-) e amônio (NH4+) como indicadores da influência das leguminosas na concentração de N mineral do solo. As médias anuais dos fluxos de N2O, nos tratamentos com 25, 50 e 75 % de leguminosas foram de 21, 20 e 22 µg N-N2O m-2 h-1, próximo do dobro da área controle (12 µg N-N2O m-2 h-1). O plantio de leguminosas aumentou as emissões de N2O do solo, porém o incremento na densidade de árvores de leguminosas parece não afetar o processo. A média anual do teor de NO3- nas áreas com 50 e 75 % de leguminosas foi 13 µg N-NO3- g solo seco-1, e nas áreas com 25 e 0 % de leguminosas foi de 8 µg N-NO3- g solo seco-1. Os teores de NH4+ não variaram muito entre os tratamentos, mas alterações com a época do ano foram registradas. Em dezembro de 2012 chegou a 24 µg N-NH4+ g solo seco-1, diminuindo para 3 µg NH4+ g solo seco-1 em março de 2013. Apesar da tendência de aumento da concentração de NO3- com a proporção de leguminosas arbóreas na parcela, não se relacionaram com os fluxos médios de N2O indicando existirem outras variáveis envolvidas no processo.

Palavras-chave


Gases de efeito estufa; óxido nitroso; leguminosa arbórea

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