Estrutura espacial dos fluxos de N2O e de variáveis do solo em uma área de pastagem

Resumo

O uso de modelos matemáticos tem sido cada vez mais explorado para permitir estimativas dos fluxos de N₂O em função da maior simplicidade na obtenção das variáveis preditoras. A umidade e a disponibilidade de N mineral no solo estão entre as variáveis usadas para a modelagem matemática de fluxos de N₂O, mas a espacialização das estimativas requer que as estruturas espaciais das variáveis envolvidas sejam conhecidas. Objetivou-se com o presente estudo, identificar as estruturas espaciais de variáveis de solo e dos fluxos de N₂O em uma pastagem estabelecida na área experimental da Embrapa Agrobiologia. Uma grade de 60 pontos de amostragem foi alocada numa área de 1.800 m², sendo realizado um total de 26 amostragens em um período de 4 meses. Os fluxos de N₂O variaram no intervalo de 0,1 a 1.532,8 ug N₂O m^-2 h^-1. A umidade do solo variou entre 0,06 a 0,53 cm³ cm^-3, a concentração de NH₄⁺ entre 3,6-25,9 mg N kg^-1, e a de NO₃^-, entre 0,7-27,3 mg N kg^-1. Dos 26 semivariogramas de N₂O, 8 apresentaram inexistência de dependência espacial, e quando houve dependência, o melhor ajuste para os fluxos de N₂O foi o esférico, embora com alcances muito variados. As formas minerais de N apresentaram dependência espacial, exceto em uma data, com ajustes ao modelo Gaussiano, cujos alcances variaram de 42 a 45 m. Os dados de umidade se ajustaram ao modelo Gaussiano, com alcances variando entre 10 a 20 m. Embora os dados indiquem a existência de uma estrutura espacial na produção de N₂O, a variabilidade dos alcances implica na necessidade de uma malha de pontos mais densa para adequada representação espacial. Por outro lado, as variáveis de solo apresentaram menor variabilidade e mesma estrutura espacial, indicando que seria possível a modelagem de fluxos a partir das mesmas, com uma representação espacial menos laboriosa.