Caracterização de um sistema agroflorestal com ênfase na fruticultura no assentamento São José da Boa Morte(Cachoeiras de Macacu/RJ).

Resumo

O assentamento São José da Morte (Cachoeiras de Macacu/ RJ), comunidade de forte produção agrícola e pecuária, tem como característica marcante áreas de grande adensamento de remanescentes florestais em contraste com áreas marcadas pelo forte desmatamento. As conseqüências do uso intensivo do solo e da forte alteração na paisagem vêm sendo percebidas pelos agricultores em virtude da redução da disponibilidade de água no período seco, o que permitiu uma ação participativa voltada a implementação de sistemas agroflorestais que visam a formação de corredores de biodiversidade e restauração de mananciais de água. O presente projeto tem como objetivo comparar dois diferentes sistemas agroflorestais (SAFs) quanto a sua condução e aumento na disponibilidade de água.  Os sistemas foram iniciados em 2009, com o mesmo desenho e espécies sendo dada aos agricultores livre escolha sobre sua condução. É importante destacar que os agricultores condutores do sistema possuem unidades produtivas voltadas a diferentes finalidades sendo um agricultor convencional, produtor de olerícolas (A) e o outro dedicado a pecuária leiteira, primando pela redução do uso de insumos químicos (B). Em monitoramento realizado em março de 2013 foi feito um levantamento florístico das áreas de SAF registrando todas as espécies presentes em ambos os sistemas. Além do levantamento será realizada uma entrevista a partir de um questionário semi- estruturado com os agricultores condutores para avaliar as suas percepções, opiniões e perspectivas futuras acerca dos SAFs.  A partir do levantamento identificamos 67 espécies na área A e 49 espécies na área B, sendo que 29,8% das espécies correspondem àquelas plantadas inicialmente na área A em comparação a 38,8% na área B. respectivamente. Este estudo pretende ter uma percepção dos agricultores sobre as potencialidades econômicas e ambientais dos sistemas agroflorestais e documentar espécies nativas de interesse econômico adaptadas ou que ocorram na região.