Impacto do uso do nitrogênio fertilizante no manejo do capim-elefante para fins energéticos
Resumo
O capim elefante (Pennisetum purpureum Schum) é uma cultura com alto potencial para agroenergia. A fertilização nitrogenada é a principal forma de reposição deste nutriente para esta cultura, porém existe um potencial de emissões de gases de efeito estufa (GEEs) associado a esta prática. Para avaliar esta situação foram conduzidos dois experimentos para avaliação da produção de biomassa e perdas de N. No primeiro, testaram-se diferentes doses de N na forma de uréia (50, 100 e 150 kg de N ha-1), e 100 kg de N ha-1 na forma de sulfato de amônio. No segundo experimento foi avaliada a forma de aplicação da uréia (enterrada ou a lanço), comparadas a aplicação a lanço de sulfato de amônio. Em todos os casos, as frações do N do fertilizante perdidas como N2O ficaram abaixo de 1,25 %, que é a referência da metodologia do IPCC de 1996 para inventários de GEEs. Nos dois experimentos, as perdas por volatilização de NH3 variaram entre 33 e 43 % do N aplicado como uréia, e foi de 11 % para sulfato de amônio. No segundo experimento, a amônia volatilizada foi 35 % menor quando a uréia foi enterrada, o que acarretou maiores produtividades do capim. Os dados sugerem que a emissão de N2O inferior a que seria estimada pelo IPCC pode ser devida as maiores perdas de N por volatilização de amônia. Para estimar as emissões de N2O, o IPCC considera que a volatilização de NH3 representa 10% do N aplicado. O uso de fertilizante nitrogenado na cultura do capim elefante é essencial para manter a produtividade de biomassa, e que o impacto ambiental causado por esta prática pode ser reduzido, manejando-se o N-fertilizante.
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