Sistemas agropecuários na bacia hidrográfica Guapi-Macacu e suas relações na conservação dos remanescentes de Mata Atlântica.

Resumo

Dentre as conseqüências da fragmentação, os efeitos de borda se destacam alterando processos abióticos e bióticos nos remanescentes. O objetivo deste trabalho é avaliar as relações entre práticas de uso do solo adotadas e a comunidade de plântulas (altura≤1m) e árvores (DAP≥5) em fragmentos florestais. As avaliações foram realizadas em 6 fragmentos de diferentes tamanhos onde 3 apresentam entorno com uso intensivo (cultivo de milho) e 3 com uso extensivo (pasto). Para amostragem de árvores foram alocadas 9 parcelas permanentes de 50x5m em cada um dos diferentes ambientes dos fragmentos: borda, núcleo e clareira, sendo 3 em cada ambiente. Dentro destas parcelas permanentes foi feita avaliação da riqueza do banco de plântulas a partir de 1 parcela de 2.5x2.5m. As espécies foram classificadas de acordo com seus estágios sucessionais. O número de espécies pioneiras em fragmentos com entorno intensivo tendeu a ser maior, tanto na comunidade de árvores, como no banco de plântulas. As espécies que compõem as comunidades de árvores diferem da comunidade de plântulas encontrada nos fragmentos avaliados. Os fragmentos com tipos de uso mais e menos intensivo se distinguiram quanto a riqueza de plântulas, onde os fragmentos com cultivo intensivo no seu entorno apresentaram menor número de espécies. Entretanto, fragmentos pequenos com entorno extensivo permaneceram agrupados com fragmentos com entorno de milho, revelando a importância do tamanho dos fragmentos para a conservação da riqueza das espécies. Com isso, é possível afirmar a influência do uso do entorno nos remanescentes florestais e a importância conciliação de práticas produtivas com a manutenção de fragmentos de vegetação nativa e dos seus processos sistêmicos da paisagem.